Vencedor do 'Ídolos', Saulo Roston fala sobre a virada em sua vida

12/04/2010 - 15h23 (Dayse Torres - Da Redação Multimídia)

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Saulo Roston começou a cantar profissionalmente aos 13 anos

No lugar das aulas de anatomia e do estetoscópio, ele enfrentou a resistência da família de médicos e escolheu as aulas de música. Daí para pegar o microfone, começar a cantar em barzinhos e começar a compor foi algo natural. Assim pode ser resumida a história do cantor Saulo Roston, o rapaz que nasceu com disfluência (mais conhecida como gagueira) no interior de São Paulo, viveu sozinho na Malásia e chegou a cantar com o rapper Kanye West. Agora, ele lança o seu primeiro CD, "Saulo Roston", e fala com alegria sobre seus sonhos, o reality show musical que participou duas vezes e o que espera para o futuro. Afinal, ele tem apenas 21 anos e muita estrada para percorrer.

1 - Como começou a sua carreira?

Comecei a cantar profissionalmente aos 13 anos. Eu fazia shows em bares do Mato Grosso e tinha até que me esconder do Juizado de Menores para que os estabelecimentos não fossem fechados. Depois, fui fazer intercâmbio na Malásia e lá tive a oportunidade de aprender um pouco mais. Cheguei até a cantar com o Kanye West.

2 - Como esse encontro aconteceu?

Assim que cheguei na Malásia comecei a fazer parte do grupo de um rapper muito famoso de lá e o cara é amigo do Kanye West. Quando o Kanye foi fazer um show numa boate muito chique, o rapper com quem eu trabalhava, "emprestou" o grupo para ele. Cantei duas músicas ao lado dele e ele é demais.

3 - Você sempre sonhou em ser cantor?
Sempre. Até devido à minha gagueira, queria cantar. Descobri bem cedo que cantando eu não gaguejava.

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Saulo Roston participou do programa em 2008, mas não levou

4 - E sua família sempre o incentivou?

Mais ou menos... Minha família é de médicos e eles queriam que eu seguisse essa carreira. Eu pedia para fazer aulas de canto, meus pais deixavam, mas achavam que era uma brincadeira. Mas, não era (risos).

5 - Então, você sempre fez questão de estudar...
Claro. Principalmente, depois que voltei da Malásia, fiz muitas aulas de canto. Queria me profissionalizar mesmo.

6 - Você citou sua gagueira. Já sofreu algum preconceito por causa disso?

Nasci gago e, por isso, sofri muito preconceito. Mas, apago tudo da minha memória. Tento lembrar apenas das coisas boas. Algumas pessoas tentaram me desencorajar, mas confesso que isso apenas contribuiu para meu crescimento. Como sou um garoto teimoso, foi um incentivo.

7 - Foi essa teimosia que o fez voltar para o Ídolos em 2009?

Isso mesmo. No dia que fui eliminado do "Ídolos 2008", já sabia que iria me inscrever para o próximo. Mas, estudei mais e vi onde havia errado.

8 - E onde errou?

Fiz uma auto-crítica e vi que precisava encontrar o que combinava com a minha voz. Em 2008, fui para o programa sem uma identidade musical. Em 2009, eu cantava e acreditava em cada estrofe. Sabia que tinha que mostrar a minha cara para o público e para os jurados. Descobri que o meu caminho é o romântico, as notas mais suaves. Mostrei isso e deu certo.

9 - É esse romantismo que os fãs encontrarão em seu primeiro CD?

Sim e esse disco é a melhor coisa que fiz na minha vida. Achei que a gravadora iria impor o que eu gravaria, mas isso não aconteceu. Escolhemos juntos e curti o que eu gravei. Fiz vários arranjos e os músicos também tiveram liberdade de criação. Fomos criando juntos e o álbum ficou a minha cara. Ficou romântico e atual.

10 - Como assim?

Acho que para cada fase do amor há um estilo diferente e o CD oferece isso para as pessoas. Há músicas para quem acaba de apaixonar, para quem já está amando, para quem se decepcionou e está sofrendo, para várias fases. E as que dão aquele ânimo também.

11 - No álbum, há uma composição sua. É a sua estreia como compositor?

Não. Comecei a escrever antes mesmo de cantar, com 11 anos. E quando digo escrever, eu estou falando de fazer a letra e compor a melodia.

12 - Você fala muito sobre romantismo. Fora dos palcos, é um homem romântico?

Chego a ser "besta" de tão romântico e adoro namorar. Mas, quando estou namorando, sei que cada um tem que ter seu espaço. Cada pessoa precisa ter seus hobbies, sua individualidade.

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Atenção meninas! O rapaz está solteiro

13 - E está namorando?
Não. Acabei um namoro de dois anos e estou focado apenas no meu trabalho.

14 - E como está lidando com o assédio das fãs?
As atitudes delas são maravilhosas. É muito gostoso e eu canto para elas.

15 - Nos raros momentos de folga, o que você ouve?

Na verdade, eu ouço música o tempo inteiro. Estou sempre com o fone no ouvido. Gosto de Marisa Monte; do cantor Taiguara - as letras dele são lindas -; Djavan; Ed Motta; John Mayer, que é espetacular; Michael Bublé e Steve Wonder, que é um gênio.

16 - Para um rapaz de 21 anos, você tem um gosto musical bem seletivo...

Pois é. Na minha casa, todos são médicos, mas todos tocam algo. Minha avó materna, por exemplo, tem uma irmã gêmea e as duas tocam violino, guitarra e órgão. Na minha casa, só se ouve música boa, de qualidade.

17 - E agora, que é um ídolo, qual o seu maior sonho?

Quero conseguir concretizar minha carreira e ser um artista consagrado. E, quem sabe, gravar algo em inglês...

18 - E como anda a divulgação do álbum pelo País?

Estou visitando rádios e fiz todos os programas da Record, vou na Rede TV! e na Band. E, quem sabe, depois, "Programa do Jô", "Caldeirão do Huck", "Altas Horas" e "Faustão". Mas, sei que, devido à rivalidade das emissoras, isso só deve acontecer dentro de dois ou três anos. Não tenho vínculo com a Record, mas ganhei um programa que passa nesse canal. Hoje, sou um cantor e sei esperar. Como já disse, sou um garoto teimoso.